quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Uso do celular supera o do computador entre crianças de 5 a 9 anos


O telefone celular revelou ser a tecnologia mais difundida entre as crianças de 5 a 9 anos ouvidas pela 1ª Pesquisa TIC Crianças, conduzida pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), responsável pela produção de indicadores e estatísticas do NIC.br. Segundo os dados divulgados hoje, 64% das crianças ouvidas já usaram um aparelho celular, enquanto 57% já utilizaram um computador e menos de 30% já usaram a Internet.

A pesquisa confirma ainda o que a indústria já sabe: nessa faixa etária, o celular é usado principalmente para o jogo (88%), seguido pelo uso do aparelho como ferramenta de comunicação: 64% declararam ter ligado para alguém. Ouvir música (60%) também é uma atividade importante para as crianças que usam o aparelho. Que, nas maioria das vezes, pertence a algum membro da família e é de uso coletivo. Apenas 14% das crianças possui o seu próprio telefone.

A alta penetração dos celulares nas 2.502 residências pesquisadas explica a familiaridade das crianças com os aparelhos. Eles estão presentes em 76% do lares, índice muito superior ao resultado de 29% registrado pelos telefones fixos e de 23% dos computadores de mesa. Só perdem para a televisão e o rádio: 98% dos lares possuem televisão e 81% contam com rádio.


Entre os domicílios de classe A, a presença do computador de mesa é universal, ou seja, 100% dos domicílios com crianças de 5 a 9 anos o possuem. Já na classe DE, esse valor diminui significativamente para 4%. O que, na minha humilde opinião, torna a dupla celular/TV digital primordial para a especificação de políticas públicas de inclusão digital. Sobretudo diante das agressivas metas de expansão da cobertura 3G no país.

Em dez anos, essas crianças já farão parte do imenso contingente de jovens, nativos digitais, que hoje engrossam as estatísticas de uso de SMS (os torpedos) e de acesso em redes sociais via celular. A tendência de explosão do acesso à Internet móvel também aparece muito forte aí.

Não à toa, já é perceptível a grande preocupação da indústria de acompanhar essas mudanças de hábito. As crianças de hoje e os jovens de amanhã já não são só nativos digitais hiperconectados. São também seres multiplataforma.

Em pouco tempo, a disseminação de dispositivos inteligentes baratos e conectados à Internet, como os celulares de hoje, quando comparados os computadores, apresentará desafios e oportunidades de engenharia, para a indústria, e de oferta de serviços em diferentes segmentos: telecom, entretenimento, e-gov.

Conseguirão dar conta do recado? Haverá na equipe do próximo governo, seja ele qual for, cabeças preocupadas com a elaboração de um plano estratégico de longo prazo para assegurar a infraestrutura necessária aos desdobramentos econômicos e sociais da vida na nuvem?

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